Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009

Alga nacional pode ser combustível

Investigação. Equipa da Universidade de Coimbra descobriu microalga com elevada capacidade de produção de biodiesel. Meta é produzir 90 toneladas anuais de óleo por hectare. Projecto precisa de 300 mil euros para vingar, mas promete

Teste laboratorial prevê uma produção rentável

O que têm as algas a ver com automóveis? Se a investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra continuar a ser bem-sucedida, em poucos anos os carros poderão ser movidos a biodiesel produzido a partir de algas made in Portugal.

As perspectivas são animadoras, agora que uma equipa de investigadores coordenada por Lília Santos identificou seis microalgas com elevada capacidade para produzir biodiesel. A grande esperança é depositada numa estirpe em particular, agora seleccionada, que nunca foi testada noutros países - razão pela qual o seu nome é ainda mantido em segredo - e que revela uma "promissora capacidade de produção", disse ao DN a coordenadora da Algoteca daquela universidade.

A questão central da investigação sobre as microalgas e a sua utilização como combustível está precisamente em saber até que ponto podem estas culturas ser economicamente rentáveis, se exploradas à escala industrial. Ora essa é a convicção dos investigadores de Coimbra. "Para esta cultura ser economicamente rentável, temos de conseguir obter um litro de cultura por dia por cada grama de biomassa seca, o que já foi conseguido à escala laboratorial", explicou Lília Santos. Os cientistas recorreram a um bio-reactor, equipamento que desenvolveram para fornecer as condições óptimas ao rápido crescimento das microalgas.

Por isso, a expectativa da equipa é a de obter uma produção anual na ordem das 90 toneladas de óleo por hectare. Para se ter uma ideia das vantagens comparativas desta cultura basta dizer que "aquele valor equivale a dez vezes mais o obtido pelas oleaginosas terrestres tradicionais para o mesmo hectare", lembra a investigadora. E sem os efeitos adversos das outras oleaginosas ao nível ambiental, por efeito da ocupação de extensas áreas de terrenos com vocação agrícola.

Entre os benefícios está ainda a capacidade de estas culturas de algas serem alimentadas com o dióxido de carbono emitido pelas unidades industriais próximas, o que significa que "permite retirar o dióxido de carbono da atmosfera, tendo um efeito benéfico sobre a qualidade do ar", sublinha aquela responsável. Por outro lado, não é necessário ocupar solos agrícolas. As culturas podem ser desenvolvidas em tanques, em ambiente fechado, o que permite um maior controlo das condições que podem afectar o crescimento das algas.

Mas não se esgotam aqui as potencialidades do cultivo de microalgas. A biomassa, em que se podem encontrar pigmentos, proteínas, açúcares, etc., pode ter utilizações nas indústrias farmacêutica ou cosmética, na alimentação animal e em fertilizantes de solos. A equipa de Coimbra espera um financiamento de 300 a 400 mil euros, a que concorreu, para desenvolver a instalação piloto, passando do bio-reactor para um espaço de um metro cúbico ao longo dos próximos três anos . Só então se avançará para superfícies maiores. Pode ter chegado a era do ouro verde.

in: DN


publicado por FQ às 11:23
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